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segunda-feira, 5 de julho de 2010

BAD BEATS ACONTECEM, OS BONS JOGADORES APRENDEM COM ELAS

Uma das piores situações no poker é a famosa bad beat. Quem não tem uma história de infortúnio para se lamentar? Mas se desejamos nos transformar em bons jogadores, não basta apenas reclamar da sorte e inventar teorias conspiratórias sobre o site onde estamos jogando, é preciso rever a jogada para encontrar eventuais erros que possam ter ocorrido. Nesse artigo vou mostrar o que houve de errado na forma que eu joguei K-K para que ninguém faça o mesmo.
Era um SNG regular do Full Tilt de $5+0,50 com nove entrants, eu era o segundo em fichas com 3600, 300 a menos que o chip leader. Restavam seis jogadores (três deles na faixa de 10 BB) e blinds de 120/60. Eu estava no botão com um par de reis sorrindo para mim no monitor e me deparei com um raise de 3xBB (360) do UTG que deixou 1.600 fichas para trás. Era exatamente o que eu queria: ação pré-flop. Nesse instante que eu cometi um erro infantil muito comum daqueles que estão começando a jogar, trata-se daquele medo de assustar o oponente com um raise muito alto. Além disso, o AK e AQ fazendo parte do range de mãos dele me inspirava a construir um pote alto e poder levar o pote no flop caso nenhum Ás surgisse. Então decidi aplicar um raise de 720 que foi pago e gerou a seguinte situação:
Eu: 2.880
Oponente: 1.600
Pote: 1.620
Flop: 8(c) – J(d) – T(d)
O adversário era o primeiro a falar e empurrou tudo. Bastava para mim um call de 1600 num pote com 3220 fichas não tinha como largar um par de reis nessa situação. O oponente abre 9-8 de ouros dando duas pontas para o straight flush, além do flush draw e um open-ended straight, sem falar que ele poderia fazer dois pares com um nove ou trincar o oito. Resumindo: no flop ele tinha quase 65% de levar aquela mão (mesmo assim o meu call não foi errado porque eu tinha odds). Ele acabou levando a mão quando acertou o flush no turn. Eu poderia ficar chamando ele de donkey e reclamar da jogada por semanas, mas optei por analisar a jogada e encontrar falhas. O grande erro foi o raise pequeno que dei pré-flop que chamava o oponente pro jogo com qualquer duas cartas principalmente suited conectors, já que no pote havia 1.260 fichas (180 dos blinds + 360 do open raise + 720 do meu raise) restando apenas completar 360 para poder ver um flop, ou seja, um pot odds de 1 - 3,5. Quando as três cartas do bordo abrissem ele estaria comprometido a não largar se eu o colocasse em all in e alguma de suas quedas batesse, porque teria pot odds suficiente. O call seria de 1.600 em um pote de 3.220 (2-1). O importante na análise dessa jogada é que eu fui penalizado por permitir que o adversário jogasse de maneira correta o tempo todo. Com a cabeça fria puder perceber como me equivoquei e assim corrigir erros no meu jogo e evitar que eles ocorram novamente. Eu poderia simplesmente reclamar da falta de sorte e não aprender nada. O importante é procurar por falhas e tentar corrigi-las em vez de culpar o azar por nossas derrotas. —

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