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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O QUE NÃO FAZER COM UM SHORT STACK

Por: Erick Lindgren
Não há apenas uma coisa certa a fazer quando se está extremamente short stack* em um torneio de poker. Você normalmente se encontra muitas vezes com decisões complicadas pela frente, como quando recebe A-9 off-suit em early position ou então quando tem um par baixo quando algum jogador já deu raise antes de você. Em situações como estas nunca é certo saber qualquer a melhor jogada a fazer, mover all-in e cruzar os dedos ou então dar fold e esperar uma situação melhor.
Existem, entretanto, algumas decisões que são sempre muito erradas quando se está short stack, e eu vi uma delas acontecer em um torneio que joguei no Full Tilt Poker há pouco tempo atrás.
Nós estávamos na mesa final do torneio, restando apenas seis jogadores. Os blinds estavam em 50K/100K (ante 10K) e eu era o chip leader com mais de 8.000.000 em fichas. O stack médio era de 3.000.000 e o jogador a minha direita tinha, de longe, o menor stack de todos, com 811.000.
Quando você tem apenas oito big blinds, que neste caso não era suficiente nem para quatro órbitas na mesa, a lógica é simples: você somente deve entrar voluntariamente no pote com cartas que se sinta seguro para ir all-in pré-flop.
Entretanto, naquela ocasião, o short stack entrou no pote com um raise de 250.000 fichas, sendo o primeiro a apostar. Essa atitude sugeriu que ele estava, digamos assim, aprontando alguma. Ele tanto poderia ter uma mão monstro como apenas tentando representar uma mão monstro. Muitos jogadores fazem esse tipo de jogada com mãos como J-T suited, esperando que os outros jogadores dêem apenas call, para poderem ver o flop. Mas essa é uma jogada que não aprovo. Quando você tem apenas oito Big Blinds, deve ir all-in ou fold.
De qualquer maneira, eu tinha saído com AQ off-suit, uma mão forte, e então fui all-in, torcendo para que alguém depois de mim não tivesse uma mão ainda melhor, pois queria isolar e eliminar o short stack.
E foi então que meu oponente fez uma jogada ainda pior que o seu raise de UTG: ele foldou sua mão depois de meu re-raise.
Haviam 1.270.000 fichas no pote e teria lhe custado apenas 561.000 para dar call. Dar fold era simplesmente a jogada errada. Ele deveria ter dado call com quaisquer duas cartas. Ele já havia comprometido muito seu stack para largar sua mão. Se ele tivesse algo como um suited connector médio, ele estaria apenas um pouco atrás (60%-40%). Se ele tivesse um Ás e uma carta baixa, tecnicamente ele não teria odds para pagar, mas ele teria que ter certeza absoluta que estava dominado para seu fold ser correto.
Também é importante saber que eu era o big stack e estava muito ativo. Ele não tinha como me colocar, obrigatoriamente, com uma mão premium.
Ao dar fold, meu adversário se deixou com apenas 561.000 fichas, menos de seis big blinds, e o big blind iria chegar nele na mão seguinte. Ele seria forçado a entrar no pote, mas estaria fazendo isso por muito menos fichas do que na mão anterior. Ao invés de tentar sua sorte contra mim por um pote de mais de 1.800.000 milhões, sua tentativa de dobrar na mão seguinte aumentaria seu stack para 1.200.000 fichas.
A lição é simples: quando você está extremamente short stack, dar raise e depois dar fold não deve ser uma opção. Ou uma mão é boa o suficiente para apostar todas as suas fichas, ou você deve jogar fora suas cartas. A pior coisa que você pode fazer é tentar algo entre esses dois extremos.
Tradução: Alexandre Ferreira (*) Para saber mais sobre o significado dessa e outras expressões em inglês, usadas costumeiramente no poker, veja nosso glossário.

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