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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pôquer brasileiro busca legitimidade com ajuda da "Fifa" do Texas Hold'em

Apesar de ainda ser um assunto polêmico e pouco conhecido pela maioria, o pôquer atinge cada vez mais o status de esporte no Brasil e no mundo. Prova disso foi a recente criação da Confederação Brasileira de Texas Hold'em (CBTH), entidade que representa para o pôquer o mesmo que a CBF para o futebol. Igor Trafane, presidente da CBTH: "Tenho certeza que o pôquer é lícito e legítimo" O termo Texas Hold'em está no nome da entidade por ser a variante do pôquer mais popular no mundo, utilizada no torneio principal do WSOP (World Series of Poker), o Campeonato Mundial da modalidade, disputado anualmente em Las Vegas (EUA).
Como a legislação brasileira ainda é bastante indefinida sobre a prática do pôquer, a CBTH não pretende somente organizar campeonatos em território nacional: a entidade tenta, principalmente, legitimar o pôquer como atividade esportiva."Minha missão foi criar a CBTH, documentada, registrada, legítima e aceita pelas instituições governamentais brasileiras. Mas, minha principal tarefa é buscar o entendimento da licitude e da legalidade do pôquer dentro do país", disse Igor Trafane, presidente da entidade que, inclusive, é registrada pela Receita Federal como "Associação Desportiva"."Estou em conversa com senadores, deputados e advogados que têm experiência no lido com matérias públicas e são adeptos da nossa causa, mas a batalha é árdua. Não é uma questão que chegará a um ponto final em menos de dois anos", declarou Trafane.
Para Leandro "Brasa" Pimentel, jogador profissional do Full Tilt (segundo maior site de pôquer do mundo), a criação da CBTH será fundamental para legitimar o pôquer como uma atividade esportiva. "É claro que a CBTH vai promover o pôquer pelo Brasil, mas primeiro ela será uma instituição que irá guiar os trabalhos no sentido de legitimar o nosso esporte, para que possamos trabalhar em paz sem que nossa atividade seja questionada", disse "Brasa" que, em 2007, se tornou o primeiro brasileiro a alcançar uma mesa final de um torneio do WSOP (World Series of Poker), o Campeonato Mundial de Pôquer.
PÔQUER: JOGO DE HABILIDADE
Em uma análise feita pelo laboratório de um dos peritos mais conhecidos e respeitados do Brasil, o de Ricardo Molina, da Unicamp, chegou-se a seguinte conclusão: "Como vimos, e demonstramos, inclusive matematicamente, a habilidade é decisiva para o ganho no Texas Hold'em. (...) A modalidade de pôquer Texas Hold'em não pode ser considerada um jogo de azar. " Um laudo pericial oficial do Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo concluiu que o pôquer "trata-se de um jogo de habilidade, pois ficou constatado que a habilidade do jogador que participa desta modalidade de jogo depende da memorização, das características (número e cor) das figuras apresentadas no decorrer do jogo e do conhecimento das regras e estratégia em função desses fatores, sendo porém, resultado final desta modalidade de jogo aleatório".
No início de 2009, nos EUA, um estudo analisou 103 milhões de mãos jogadas no PokerStars, o maior site de pôquer do mundo. Dessa forma, 75,7% das mãos examinadas não chegaram ao final, e foram definidas apenas com as apostas dos jogadores, que não necessariamente tinham a melhor mão. Nos 24,3% de mãos que foram até o fim, 50,3% das vitórias foram de jogadores que tinham as melhores cartas. No restante das mãos, o jogador que tinha as melhores cartas acabou "fugindo". Concluiu-se então que o fator habilidade no pôquer é de 88%, contra 12% do fator sorte.
Para conquistar esse objetivo, a CBTH conta com a ajuda da IFP (International Federation of Poker, a "Fifa" do pôquer), cuja sede fica, não por acaso, em Lausanne (Suiça), vizinha ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e a muitas outras federações esportivas, como, por exemplo, as de ciclismo, natação e vôlei.Criada recentemente para ser a entidade máxima do pôquer esportivo mundial, a IFP busca reconhecimento do próprio COI e da International Mind Sports Association (Associação dos Esportes da Mente). "Se isso acontecer, ficará difícil enquadrar juridicamente o pôquer como jogo de azar. Questionar o pôquer será como abrir o debate da classificação de qualquer outro esporte já estabelecido.
Esse é um passo fundamental e tudo caminha bem neste sentido", contou Trafane.Além de buscar o reconhecimento do COI e da IMSA, a IFP está compilando estudos do mundo inteiro para produzir um documento oficial sobre a diferença entre jogos de azar e jogos de habilidade. Para Leandro "Brasa", é importante "unificar o discurso do jogo de habilidade.
O questionamento existe no mundo inteiro, e ter uma única instituição para responder a isso pode ajudar bastante." No Brasil, por exemplo, já existem laudos significativos que reconhecem o pôquer como um jogo em que a habilidade do jogador, e não a sorte, é o fator determinante para a vitória (veja quadro ao lado). "Não tenho medo nenhum e dou minha cara para bater. Tenho certeza que o pôquer é legal, lícito e legítimo e vou brigar por essa causa até o limite das minhas forças", finalizou o presidente da CBTH

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