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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A importância da Posição Para Torneios

Para terminar esta pequena série de crónicas com particular ênfase no SH debruçamo-nos no pertinente aspecto da posição. Entre os muitos aspectos que tendem a ser subvalorizados ou subaproveitados pelos jogadores menos experientes encontramos frequentemente a questão da posição . E, mais uma vez, este é um aspecto que ganha relevância e utilidade com o número reduzido de jogadores do SH o que não é mais do que o corolário lógico de outros aspectos já revistos nas crónicas anteriores. Senão, vejamos... A mais valia da posição no Texas Holdem deriva essencialmente do acréscimo de informação e de controlo. Sucintamente:
  • Maior informação

Quanto mais tardia for a posição maior a informação de que o jogador dispõe dos restantes jogadores: quem e quando fez bet, quem e quando fez call, quem e quando fez raise, quantos jogadores se envolveram na mão, etc. Tudo isto informação útil e relevante de que o jogador não disporá no momento de actuar se se encontrar nas primeiras posições.
  • Maior controle
Não só a informação é superior nas últimas posições como também o controlo sobre a mão: o jogador pode decidir e avaliar melhor a sua continuidade em jogo controlando de forma mais primorosa os seus ganhos ou perdas potencias, podendo decidir (perante a informação de que dispões) se se deve manter em jogo, desistir ou mesmo «obrigar» todos os jogadores a colocar (mais) dinheiro no pote ou até reduzir o número de jogadores envolvidos através de um raise ou simplesmente um bet numa mão que está a revelar pouca acção. Ora, assim sendo, a posição tem reflexos directos nos aspectos já anteriormente sublinhados - e sublimados - da agressividade e leitura de jogo. Como tal a sua importância só pode ser mais pertinente quando em SH.
Convém ainda salientar que a pertinência da posição revela-se quer no que se refere à posição absoluta quer à posição relativa a jogadores específicos. A questão é de tal forma pertinente que em determinadas circunstâncias será sensato ou aconselhável mudar de mesa ou de posição na mesa se tal for possível a fim de evitar uma situação de desvantagem/desconforto ou tirar proveito de uma boa oportunidade.
Em particular no SH existe um determinado tipo de jogador que merecerá especial atenção: o jogador maníaco e ultra-agressivo. Um jogador destes colocado à vossa esquerda irá constituir um enorme inconveniente e obrigar-vos-á a jogar mais tight uma vez que terão de contar frequentemente com um raise da parte dele. Será também um jogador que frequentemente irá incrementar as vossas perdas em jogadas em que estarão envolvidos e eventualmente acabem por perder, mesmo que - e até frequentemente - para um terceiro jogador. Já um jogador tight e sólido à vossa esquerda será menos problemático: dado que se trata de um jogador tight e bastante criterioso, podem afasta-lo frequentemente da mão realizando um raise à frente dele. A probabilidade dele não acompanhar é enorme e - não menos importante - se não foldar acender-se-á o vosso farol de alerta: terão de contar com uma mão potente, requerendo da vossa parte cuidados redobrados no pós-flop.
Obviamente que existirá sempre vantagem em que o jogador seja ele qual for se encontre à vossa direita o que portanto será igualmente válido para o jogador tight não obstante o que já foi referido. No entanto essa utilidade cresce exponencialmente com o jogador maniaco e ultra-agressivo: uma vez que se encontram após este jogador poderão tomar melhores decisões e terão maior controlo sobre o desenrolar da própria mão.
Alguns exemplos: poderão optar por foldar mãos marginais, poderão optar por realizar novo raise em cima dele com mãos potentes - ou que prevejam ser mais fortes do que a dele - e poderão ainda utilizar a mesma técnica de re-raise para se isolarem com ele em especial com mãos potentes para heads-up como por exemplo pocket-pairs ou mesmo AK. Em alguns casos poderão ponderar inclusivamente acompanhar a mão até ao showdown apenas com high-card. Poderão ser surpreendidos com o número de vezes que irão vencer com high card...
Em mãos de reduzida acção, com poucos jogadores envolvidos e/ou de flops perigosos (estou a lembrar-me por exemplo de um 5J5) não desdenhem um bet sem que tenham coisa alguma (ou ainda melhor com high card tipo AQ ou AT e um projecto remoto) pois nestas circunstâncias é provável que vençam logo ali a mão. Esta estratégia será de evitar no entanto na presença de calling stations, em especial se se trata de um bluff puro e duro.
Para além deste tipo de bluff, o semi-bluff (circunstância onde se encontram com um projecto em mãos) é igualmente bastante útil no SH com a vantagem sobre o Bluff de, caso sejam acabem acompanhados, virem ainda assim a conseguir vencer a mão um número razoável de vezes. Chamo a atenção para este caso particular: um projecto forte logo no flop (straight/flush draw ou mesmo ambos em simultâneo) e com posição na mão justifica na esmagadora maioria dos casos em SH um raise imediato.
Ao contrário do FH onde estas mãos poderão ser jogadas de forma bastante passiva tentando manter um elevado número de jogadores envolvidos a alimentar o pote e as vossas implied odds, aqui em SH esse potencial é bastante mais reduzido pelo que na maior parte dos casos o semi-bluff acaba por se encaixar melhor: possivelmente reduzirão os vossos gastos para ver o turn e o river, poderão reduzir ainda mais os jogadores e poderão insistir no semi-bluff no turn ainda com elevadas possibilidades de vencer a mão antes do showdown.
Certamente que nesta crónica não poderia abranger mais do que um par de exemplos entre as inúmeras situações em que a posição se revelará valiosa mas o essencial é que se apercebam dessa vantagem e tentem geri-la e maximizá-la bem como se aperceberem do reverso da medalha: quando poderão estar numa situação de desconforto ou de desvantagem que vos possa limitar ou comprometer o jogo.

E desta posição me despeço até à próxima crónica...

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